Médico
Boa noite a todos os presentes!
Primeiramente, gostaria de agradecer à Academia
Leopoldinense de Letras e Artes, pela honra de poder fazer parte de uma instituição
que tanto contribui para o campo literário e artístico de Leopoldina. Agradeço,
especialmente, à acadêmica e amiga Ana Cristina Fajardo, por ter me indicado.
Ao receber o convite, senti-me muito lisonjeada, principalmente pelo fato de
partir de uma pessoa tão erudita.
A escolha pela cidade de Leopoldina para
prestar o concurso da UEMG, onde leciono, foi meramente intuitiva. Algo me
dizia que aqui eu encontraria pessoas muito especiais. E, de fato, eu as
encontrei, em quantidade maior do que eu imaginava.
Havia estado nesta cidade uma única vez para fazer
uma matéria jornalística, como free
lancer, mas muito já tinha ouvido falar de algumas pessoas que aqui moram -
ou moraram. Dr. Iano Salomão de Campos era uma delas. Sou amiga de
dois ex-cunhados dele: José Ricardo Daibert e Eliana Daibert Couri. Ambos
sempre ressaltaram a competência e o espírito humanitário do Dr. Iano.
Quando aqui cheguei, não demorou muito para
que, em algum lugar público, alguém corroborasse com essa opinião. Lembro-me de
uma pessoa me contar que Dr. Iano o havia curado de uma depressão, diagnóstico
que nenhum outro médico havia feito e que o tratamento foi essencial para
a vida dele.
Estive com o Dr. Iano brevemente, uma única
vez. Trocamos algumas palavras sobre Leopoldina principalmente. Guardei dele
uma excelente impressão: pessoa simples, educada, inteligente...
Quando me foi enviada a lista de pessoas que
poderiam ser meu Patrono na Academia Leopoldinense de Letras e Artes, ao ver o
nome de Dr. Iano, não hesitei e o escolhi imediatamente, antes que alguém o
fizesse, pois sabia tratar-se de alguém muito reconhecido e respeitado.
Além de ter dele as melhores referências,
Dr.Iano viveu parte significativa de sua vida em Juiz de Fora, cidade onde
nasci. Conheço praticamente toda a família dele. Alguns membros, mais de perto.
Fui aluna de seu irmão Iriê Salomão de Campos. Também tive o prazer de
conhecer seu filho Yussef Daibert Salomão de Campos, que hoje toma posse
na ALLA junto comigo.
Não sei por que motivo exatamente, mas a vida
nos coloca em conexão com algumas pessoas e essa conexão permanece mesmo depois
que elas partem. Sinto-me conectada com meu Patrono neste momento.
Além do dom da cura de almas, Dr.Iano tinha o
dom de escrever poesias, que também curam almas. Ele foi o primeiro vencedor do
Concurso Augusto dos Anjos na modalidade poesia. Como parte de seu legado
literário, Dr. Iano deixou o livro Bissexto,
lançado em 2013, pela Editora D'Plácido.
Dr. Iano possuía também uma verve política,
tendo sido vereador em Leopoldina pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista) e
Secretário Municipal de Saúde, também nesta cidade.
Sapiência.
Este é o termo utilizado por Simone Martins Alves, para definir o companheiro
de 31 anos. Tanto é assim que como me foi contado por ela, sua família, na
intimidade, o chamava de Mestre, em razão de seu conhecimento amplo, acerca de
vários assuntos. Ter como patrono uma pessoa possuidora de uma trajetória tão
rica e diversificada, é, sem dúvidas, uma honra imensa!
Lanço mão aqui de uma licença poética:
Dr. Iano: “Pouco te vi, sempre te admirei”!
Antes de finalizar minha fala, gostaria de
agradecer, ainda, ao meu saudoso companheiro Luiz Antonio Costa Moreira, meu grande
incentivador na carreira acadêmica, estando, incansavelmente ao meu lado, na
especialização, no mestrado e no doutorado, bem como em tantos outros momentos
importantíssimos da minha vida. Neste instante tão especial, também gostaria de
lhe render minha homenagem, citando uma estrofe de uma poesia da obra Bissexto, do Dr. Iano:
“É bom sentir saudade
de quem está comigotão definitivamentequanto o tempo que me resta."
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