Cadeira nº 35: Iano Salomão de Campos

 

Médico

Discurso de posse da acadêmica Dora Deise Stephan Moreira

Boa noite a todos os presentes!

Primeiramente, gostaria de agradecer à Academia Leopoldinense de Letras e Artes, pela honra de poder fazer parte de uma instituição que tanto contribui para o campo literário e artístico de Leopoldina. Agradeço, especialmente, à acadêmica e amiga Ana Cristina Fajardo, por ter me indicado. Ao receber o convite, senti-me muito lisonjeada, principalmente pelo fato de partir de uma pessoa tão erudita.

A escolha pela cidade de Leopoldina para prestar o concurso da UEMG, onde leciono, foi meramente intuitiva. Algo me dizia que aqui eu encontraria pessoas muito especiais. E, de fato, eu as encontrei, em quantidade maior do que eu imaginava.

Havia estado nesta cidade uma única vez para fazer uma matéria jornalística, como free lancer, mas muito já tinha ouvido falar de algumas pessoas que aqui moram - ou moraram. Dr. Iano Salomão de Campos era uma delas. Sou amiga  de dois ex-cunhados dele: José Ricardo Daibert e Eliana Daibert Couri. Ambos sempre ressaltaram a competência e o espírito humanitário do Dr. Iano.

Quando aqui cheguei, não demorou muito para que, em algum lugar público, alguém corroborasse com essa opinião. Lembro-me de uma pessoa me contar que Dr. Iano o havia curado de uma depressão, diagnóstico que nenhum outro médico havia feito e que o tratamento  foi essencial para a vida dele.

Estive com o Dr. Iano brevemente, uma única vez. Trocamos algumas palavras sobre Leopoldina principalmente. Guardei dele uma excelente impressão: pessoa simples, educada, inteligente...

Quando me foi enviada a lista de pessoas que poderiam ser meu Patrono na Academia Leopoldinense de Letras e Artes, ao ver o nome de Dr. Iano, não hesitei e o escolhi imediatamente, antes que alguém o fizesse, pois sabia tratar-se de alguém muito reconhecido e respeitado.

Além de ter dele as melhores referências, Dr.Iano viveu parte significativa de sua vida em Juiz de Fora, cidade onde nasci. Conheço praticamente toda a família dele. Alguns membros, mais de perto. Fui aluna de seu irmão Iriê Salomão de Campos. Também tive o prazer de  conhecer seu filho Yussef Daibert Salomão de Campos, que hoje  toma posse na ALLA junto comigo.

Não sei por que motivo exatamente, mas a vida nos coloca em conexão com algumas pessoas e essa conexão permanece mesmo depois que elas partem. Sinto-me conectada com meu Patrono neste momento.

Além do dom da cura de almas, Dr.Iano tinha o dom de escrever poesias, que também curam almas. Ele foi o primeiro vencedor do Concurso  Augusto dos Anjos na modalidade poesia. Como parte de seu legado literário, Dr. Iano deixou o livro Bissexto, lançado em 2013, pela Editora D'Plácido.

Dr. Iano possuía também uma verve política, tendo sido vereador em Leopoldina pelo PDT (Partido Democrático Trabalhista) e Secretário Municipal de Saúde, também nesta cidade.

Sapiência. Este é o termo utilizado por Simone Martins Alves, para definir o companheiro de 31 anos. Tanto é assim que como me foi contado por ela, sua família, na intimidade, o chamava de Mestre, em razão de seu conhecimento amplo, acerca de vários assuntos. Ter como patrono uma pessoa possuidora de uma trajetória tão rica e diversificada, é, sem dúvidas, uma honra imensa!

Lanço mão aqui de uma licença poética:

Dr. Iano: “Pouco te vi, sempre te admirei”! 

Antes de finalizar minha fala, gostaria de agradecer, ainda, ao meu saudoso companheiro Luiz Antonio Costa Moreira, meu grande incentivador na carreira acadêmica, estando, incansavelmente ao meu lado, na especialização, no mestrado e no doutorado, bem como em tantos outros momentos importantíssimos da minha vida. Neste instante tão especial, também gostaria de lhe render minha homenagem, citando uma estrofe de uma poesia da obra Bissexto, do Dr. Iano:

 “É bom sentir saudade

de quem está comigo
tão definitivamente
quanto o tempo que me resta."

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