Glória Barroso: autorretrato |
A Acadêmica Glória Barroso oferece este poema para marcar o mês da Mulher.
Convivem em mim todos os tempos
A menina descalça
de riso tão solto
que lê escondida
trepada nas árvores
que viaja nas asas verdes
de um cavalo branco
descobrindo outras terras
mares heróis
que escuta com olhos brilhantes
as estórias de fadas
que viaja no pó, de pirlimpimpim.
Convivem em mim todos os tempos.
A moça rebelde que acha difícil
aceitar as regras dos outros
que anseia outro mundo
clama justiça
quer fazer o que ninguém conseguiu...
E espera o Amor e o acredita eterno.
Convivem em mim todos os tempos.
A mulher que sente, meu Deus!
uma força enorme
que explode no peito
que a move empurra
e joga na vida.
Que acolhe quer protegerque toma para si as dores de todos.ultrapassa o Eterno
E descobre que o amor
no breve momento do Encontro.
Que o que se vive
não se mede em anos
só o amor é a medida do amor
só a vida é a medida da vida.
Convivem em mim todos os tempos...
A mulher tão velha
que arrasta suas saias
pelas pedras da rua
murmura palavras
falando consigo
suspira saudade
se lhe chega aos ouvidos
o tagarelar das crianças.
E ouve como há muito passados
os casos de amor.
Tem a idade da Terra
é a criança que espera o Futuro
a moça que gera o Presente
a semente do que está Por Vir
passeia no Infinito
com um ser sem Tempo.
BARROSO, Glória. De sombras e claridades. Rio de Janeiro: 7Letras, 2012. p.53-55
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