Discurso de posse do acadêmico jovem Willens Douglas da Costa Curcio
Aos membros da ALLA e demais convidados, uma boa noite.
Não existem palavras para descrever o quanto estou feliz neste momento. Nesta noite, realizo um grande sonho, que vinha sendo alimentado desde o ano passado, e na chegada do IV concurso da ALLA, eu coloquei em minha mente que teria que parar de ficar apenas no sonho e sim realizá-lo.
Como patrono, escolhi o Noel Rosa. Ele é carioca, porém sua raiz paterna é leopoldinense. Seu pai, Manoel Garcia de Medeiros Rosa, nasceu em Leopoldina, em 1880 e, por conta do êxodo rural, mudou-se para o Rio de Janeiro quando ainda era jovem, para virar comerciante. Manoel Garcia não tinha muito dinheiro e se encaixava na classe baixa da época. Anos depois, encontrou uma professora chamada Marta Correia de Azevedo, nascida na cidade carioca, em 1889, que seria sua futura esposa, e posteriormente a mãe de Noel Rosa. Vale ressaltar que antes do nascimento de Noel, Manoel conseguiu uma vida melhor, saindo da classe baixa para a classe média.
Noel Rosa nasceu em 1910, no Bairro Vila Isabel, Rio de Janeiro. Ele foi compositor, cantor e violonista, tornando-se depois um dos mais importantes artistas da história da música popular brasileira. Mesmo tendo morrido jovem, aos 27 anos, entre 1930 e 1937 conseguiu compor mais de 300 músicas, entre sambas, marchinhas e canções. Seus sucessos que mais se destacaram foram “Com que roupa”, “Conversa de Botequim”, “Feitiço da Vila” e “Fita amarela”.
Agora, falando um pouco mais sobre a vida íntima de Noel Rosa, o que muita gente não sabe é que ele chegou a ingressar na faculdade de medicina, em 1930; porém, depois de 2 anos, largou o curso, pois já estava envolvido com a música e a boemia. Em 1934, Noel casou-se com Lindaura, moça que pertencia à alta sociedade, mas ele tinha várias amantes e passava noites pelos cabarés do bairro da Lapa, bebendo, cantando e fumando. Claro que isso afetou sua saúde, acabou sendo obrigado a ir a Belo Horizonte para fazer um tratamento de tuberculose. Achando-se tratado, Noel voltou ao Rio e voltou a sua vida de boemia. Morreu em 1937, de tuberculose.
Noel Rosa já foi bastante homenageado em filmes e em peças de teatro. Em 2010, a Escola de Samba de sua cidade natal apresentou o enredo do carnaval com o samba Noel: A presença do poeta da Vila, de autoria de Martinho da Vila. Na nossa região, também tivemos uma homenagem a Noel Rosa, feito pelo distrito Tebas, onde realizaram um Festival Gastronômico de Comida de Boteco, que recebeu o nome de “Conversa de Botequim”, em homenagem à música de Noel. Hoje, o mesmo é conhecido carinhosamente por “Poeta da Vila”.
Eu escolhi Noel, pois a sua liberdade me chamou muita atenção. Confesso que pouco da história de Noel encontrei, mas esse pouco que encontrei foi o suficiente para ver que ele viveu e aproveitou, sem ser guiado pela cabeça dos outros.
Gostaria de agradecer à ALLA pela oportunidade que me foi dada. Como Acadêmico Jovem, tentarei me aproximar mais da arte e da cultura e tentarei espalhar a mesma para outros jovens que ainda não tiveram a oportunidade de saborear o doce sabor da poesia.
Sou muito grato à minha escola, que sempre deu o maior apoio aos talentos de seus alunos. Sou grato à diretora Hortencia Almada Fonseca, que sempre esteve presente na vida de seus alunos; gostaria de agradecer também aos meus professores, principalmente à Ana Cristina, que me ajudou a libertar o poeta oculto que existia dentro de mim.
Não poderia deixar de agradecer aos meus amigos, que sempre me apoiaram em tudo que faço, principalmente na escrita, dando ênfase ao meu amigo Altair, que sempre avaliou minhas poesias assim que ficavam prontas.
Agora, em agradecimento especial a minha família, sempre serei grato aos meus pais que, na medida do possível, sempre fizeram o máximo para me apoiar.
E agora o mais importante, um agradecimento especial a Deus, que me concedeu esse dom e eu o usarei para honrá-Lo.
Uma boa noite a todos, e obrigado!
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